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Prevenção de Lesões no Basquetebol

As lesões podem ser consideradas o principal fator de afastamento dos atletas da sua modalidade desportiva. Esse afastamento é prejudicial, pois influencia diretamente o seu desempenho físico e técnico, além dos possíveis prejuízos psicológicos, já que a recuperação pode ser demorada, e consequentemente a equipa também é prejudicada.

As lesões, muitas vezes, acontecem em momentos importantes das épocas, afastando-os de competições, tirando-os de seleções e, em alguns casos, provocam o abandono precoce da carreira.

Cada desporto tem características próprias de espaço, tempo, dinâmica e exigências físicas, o que pode caracterizar o tipo de lesão mais frequente em cada um deles. No caso do basquetebol, é um desporto que exige contato entre os jogadores tanto na defesa como no ataque. É jogado por dez atletas que ocupam simultaneamente um espaço de 420m2. No entanto, a maioria das ações acontece em meio campo (210m2) o que dá ao jogo uma dinâmica especial

e aumenta a probabilidade desse contato. Neste desporto, a maior carga de trabalho ocorre nos membros inferiores provocando um grande número de lesões em função dos deslocamentos, mudanças bruscas de direção, rotações e saltos.



Prevenção de lesões no basquetebol
Prevenção de lesões no basquetebol

A maioria das lesões no basquetebol, está associada à intensidade e ao volume em que os movimentos são realizados. As principais causas de lesões no Basquetebol são as lesões por falta de condição física, excesso de uso (overuse), traumas devido ao contato e episódios de desaceleração sem contato.

Os fatores físicos são a principal causa das lesões desportivas, mas os fatores psicológicos também desempenham um papel importante na vulnerabilidade dos atletas às lesões.


Classificação dos sete mecanismos básicos para as principais causas de lesão:


  1. Contato ou impacto - contato entre atletas e os impactos, saltos e deslocamentos.

  2. Sobrecarga dinâmica - carga de treino a que o atleta é submetido constantemente.

  3. Uso excessivo (over use) - excesso de treino ou competições, sem períodos de recuperação.

  4. Vulnerabilidade estrutural - proveniente da própria estrutura genética do atleta.

  5. Inflexibilidade de mobilidade articular.

  6. Desequilíbrio muscular - provém do desequilíbrio entre o treino de força e o alongamento.

  7. Crescimento rápido - falta de adaptação do organismo em relação ao rápido crescimento comum em adolescentes.

Tipo de Lesão


O tipo de lesão ocorrida relaciona-se diretamente com o mecanismo que lhe esteve na origem, como tal, podemos caracterizar as lesões como: traumáticas agudas ou de sobrecarga.


As lesões traumáticas agudas que com mais frequência se apresentam aos basquetebolistas juniores ou seniores, são lesões de natureza traumática podendo ser causadas por outro atleta ou pelo próprio e, têm, normalmente um início súbito. Conseguimos fazer um diagnóstico quase que imediato, devido ao mecanismo que as provoca. A entorse do tornozelo, a entorse dos dedos das mãos, as lesões dos meniscos e dos ligamentos do joelho e as contusões das coxas, são exemplo deste tipo de lesões.


As lesões de sobrecarga têm um processo de instalação lenta no tempo, apresentam alguma dificuldade no seu diagnóstico e nem sempre têm uma resposta imediata ao tratamento. Surgem após um maior ou menor período de sobrecarga de repetição sobre as estruturas músculo-esqueléticas. Exemplos destas lesões em particular no jovem em crescimento são: a tendinopatia do tendão rotuliano e a doença de Osggod-Schlatter;

Caracterização das Lesões

A identificação das zonas mais afetadas pelas lesões em cada uma das modalidades desportivas, permite estabelecer relações de risco em função do tipo de desporto praticado. No basquetebol o membro inferior é normalmente apontado como o segmento anatómico mais frequentemente atingido. A figura seguinte mostra a distribuição das zonas anatómicas mais frequentemente lesionadas.


Zonas anatómicas frequentemente lesionadas
Zonas anatómicas frequentemente lesionadas

Quando falamos de zonas, a predominância é claramente em lesões no tornozelo, seguida do joelho e do pé. Com um número considerável de lesões, surgem ainda os dedos da mão e o punho, facto a que certamente não será alheio o peso da bola de basquetebol. Os basquetebolistas, provavelmente pelo número de saltos que são obrigados a efetuar durante a prática da modalidade, também sofrem queixas ao nível da zona lombar. Outras zonas igualmente afetadas com alguma regularidade são a coxa e o ombro.


As lesões atingem sobretudo o membro inferior (73%) seguindo-se o membro superior (17%) e por último a cabeça e o tronco (10%). Este aspeto reflete bem a importância e a necessidade de análise das lesões do membro inferior nesta modalidade, como base para o desenvolvimento de medidas de prevenção de lesão.


Vários estudos feitos em jogadores de basquetebol, mostram claramente a proporção que as entorses tomam no que diz respeito a esta modalidade. Este tipo de traumatismo corresponde a 41% das lesões ocorridas, e as da Tibiotársica são, sem dúvida, a lesão com maior incidência no basquetebol como imensas vezes comprovamos na nossa prática clínica. Para além de serem as mais vulgares, ocorrem três vezes mais que o segundo tipo de lesão mais frequente, as roturas (14%), com maior incidência nos membros inferiores. As lesões articulares são causadas por traumatismos diretos ou indiretos consoante a estrutura em que ocorram e representam 10% das lesões na modalidade, sublinhamos as luxações e subluxações que se apresentam em grande percentagem nos dedos da mão e ombro.



Tipo de lesões sofridas pelos basquetebolistas
Tipo de lesões sofridas pelos basquetebolistas

As inflamações agudas (9%) aparecem como o 4o tipo de lesão mais frequente, facto de relevância dado tratarem-se de lesões causadas por cargas fracas e repetidas durante longos períodos de tempo. Este tipo de lesão está associado a repetidos micro traumatismos que ultrapassam a capacidade da estrutura de se auto reparar. Resultam numa resposta inflamatória levando a inflamação aguda ou progressivamente crónica.



Ainda de notar a frequência de lesões por contusão (7%) e distensão (6%) que muitas vezes resultam de traumatismos diretos. Considerável é também o número de fraturas (2%) ocorridas durante a prática de basquetebol, modalidade em que as colisões são frequentes e ocorrem entre indivíduos com estaturas bem acima da média da população, e nestas incluímos ainda as fraturas de stress (0,5%) que estão normalmente associadas a lesões de sobrecarga.


‘Outras’, englobam as lesões com menos expressão e menos gravidade que apenas apresentam apenas alguns sinais inflamatórios como o edema, hematoma e diminuição de mobilidade.


Autora: Fisioterapeuta Telma Fernandes - GFD Fisioterapia e Osteopatia


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